Haverá algum processo mecânico para a tomada de decisões?
Dou por mim, nos últimos tempos, a ser mais impulsiva do que alguma vez me lembro de ter sido. Parece-me (e sobretudo às pessoas que rodeiam) que ando a mangar com o destino. Decido assim do pé p’ra mão dar cambalhotas à vida, exactamente com o mesmo objectivo com que dava cambalhotas (a sério) quando era criança: a ver se era capaz de as dar. E depois de saber que conseguia, a ver se as tornava mais perfeitas. E depois, talvez as contasse… Não sei dizer já com exactidão por que dava cambalhotas. Mas dava muitas. Até fazia um mortal para a frente em cima da terra recém lavrada. Lembro-me que era das melhores sensações que alguma vez experimentei.
Dei recentemente uma cambalhota virada para sul. Agora darei outra voltada para norte. Um norte frio e sem luz. Talvez porque me inquieta ou aquiesce demais, este país. Vou ali mais para norte, certificar-me que o meu país existe. Só vendo. Só vendo de longe, me parecerá real. Vou ver. Vou ver o que vejo.