terça-feira, 29 de maio de 2007

Anxo - uma pessoa que vi uma vez

5:47 (madrugada fora)

Anxo,

(Experimentei vários epítetos para colocar antes do nome, mas nenhum me pareceu razoável).

Há dias reencontrei uma pessoa que não via há dez anos. Sempre esteve contactável, acessível e, até, com uma inegável disponibilidade para me aturar. Apesar disso, passaram-se dez anos sem que eu me permitisse essa atitude corriqueira do contacto.
O reencontro foi uma fortuna e eu temo nunca vir a perceber se lucrei mais ou menos com a distância. Aconteceu assim, e esse acontecimento proporcionou-me uma emoção irrepetível e inesquecível. Sobre este assunto, por agora, é tudo o que sei.

Não passará tanto tempo entre nós.

E esta seria aquela oportunidade de me desfazer em desculpas e metáforas fáceis sobre o tempo e a lei da vida, mas falta-me um certo jeito para ser unicamente eu, por isso, daquilo que ficar aqui dito convém acreditar em menos de metade (e, dependendo da extensão do texto, é sempre a dobrar).
Fiquei de veras impressionada com a fluidez de sensações com que uma Anxo me brindou certo dia. Talvez só isso possa justificar este atropelo da minha insónia. De repente, afigurou-se-me urgente escrever-lhe e dedicar-lhe o resto da madrugada. Ficará assim com duas certezas: a primeira é que, de facto, não sei nem nunca saberei escrever cartas; e a segunda é que, naturalmente, sou louca.

Seja como for, talvez deva terminar divulgando o motivo quase exclusivo desta missiva – tenho saudades.
Quando tiver vontade (ou outro tipo de necessidade de espírito), escreva-me!

Um abraço para durar mais de uma década…

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